Na região central do país, a campanha trigueira 2015/16 se caracterizou pelos bons rendimentos e pelos baixos conteúdos de proteína. Historicamente não houve registro de valores tão baixos em toda a região.

A semeadura se realizou com muito boa disponibilidade d’água no solo, uma situação que permitiu garantir a implantação e favoreceu o muito bom início do cultivo. Nos meses de junho, julho e agosto só se registraram 19 mm de chuva sem por isso produzir estresse hídrico que afetasse a determinação do número de grãos durante o período crítico.

As chuvas recomeçaram no início de setembro e no início de outubro. Isto facilitou o ataque leve de fusariose da espiga, fundamentalmente nas cultivares suscetíveis que espigaram durante esse período. Ao longo do enchimento do grão produziram-se chuvas oportunas que o beneficiaram.

A respeito das temperaturas, foi este um ano mais cálido e com poucas geadas (13 geadas agronômicas) se comparado ao histórico de 48 geadas.

Quanto às doenças, houve um início cedo de infeção que continuou ao logo do ciclo do cultivo. Aas doenças foram importantes e com características severas em alguns casos como ferrugem da folha, ferrugem do caule e bacteriose. Em menor grau, mancha amarela e fusariose da espiga. O desenvolvimento do grão se beneficiou tanto das condições favoráveis de umidade e temperatura quanto da ausência de resistência genética das cultivares. Houve uma diminuição importante nos rendimentos e seus componentes, e também na qualidade comercial do grão.

É preciso levar em conta o comportamento das variedades face às doenças a fim de realizar uma correta eleição da cultivar para a semeadura no ambiente e manuseio escolhido.

O rendimento do cultivo de trigo na área foi muito bom para as cultivares de ambos os ciclos. Houve diferenças do rendimento que oscilaram entre 22-27% nos tratamentos com fungicida.

O escasso uso de tecnologia produziu diferenças entre os lotes com amplitudes de rendimentos mínimos e máximos na mesma zona. Isto afetou também a quantidade de proteína e glúten, com altas porcentagens de barriga branca (índice de baixa proteína) devido à escassa fertilização aplicada, à lixiviação ou lavagem do nitrogênio por excesso de chuvas produto do fenômeno El Niño, lençóis altos e dias nublados e frescos durante o enchimento do grão.

Embora muitos lotes tenham sido afetados pelo granizo, houve rendimentos de até 50 qq/ha na zona núcleo. Por zona, observaram-se rendimentos médios de 27 qq/ha em Noetinger a 42 qq/ha em Corral de Bustos, 40 qq/ha em Marcos Juárez, 38 qq/ha em Bell Ville e 35 qq/ha em Canals. Em Rio Cuarto foram menores ao esperado, em San Francisco foram bons e em Villa Maria de bons a regulares

Na zona central do país, as abundantes e frequentes tempestades, acompanhadas de fortes ventos e granizo, trouxeram problemas recorrentes nos lotes, devido aos excessos hídricos que dificultaram as tarefas de colheita, agravaram a perda de peso dos grãos e alguns casos, trouxeram perdas totais por granizo.

 

         DADOS RELATIVOS DA SUB-REGIÃO

Nesta sub-região a produção foi de 707.051 tn., que representam 6,3 % sobre o total nacional para a safra. Para fins deste relatório foram utilizadas 82.760. como amostras, isto é, 11,7 % da produção.

 

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