Durante a campanha 2015/16 as condições agroclimáticas foram muito boas para o cultivo de trigo.

As chuvas foram adequadas durante o ciclo e deram como resultado a obtenção de altos rendimentos. Não houve atrasos na semeadura que foi de maio a finais de julho, exceto em agosto pelas chuvas durante a primeira semana que retrasaram a semeadura dos lotes destinados aos ciclos curtos.

As temperaturas na implantação do cultivo foram normais até agosto, com um desenvolvimento normal do perfilhamento. De setembro até finais de outubro, as temperaturas médias ficaram entre 1° e 2°C por embaixo da média histórica; o que levou a uma ampliação do período tanto do perfilhamento como do alongamento e, portanto, a um retraso da floração que oscilou entre os 7 e 10 dias.

Durante o enchimento, as temperaturas foram normais e até um pouco inferiores, mas com uma duração do período de enchimento de cerca de 35 dias, normal para esta região.

A partir de 15 de novembro até o amadurecimento, as chuvas foram escassas e condicionaram o enchimento dos grãos, especialmente nos ambientes limitados em profundidade do solo (tosca ou rosca). Em solos profundos, com boas rotações e uma acumulação d’ água durante todo o ciclo o efeito do estresse hídrico para enchimento foi reduzida. No entanto, em solos superficiais observaram-se efeitos importantes com redução de rendimento e de qualidade comercial.

As doenças da folha não foram importantes devido às condições climáticas pouco favoráveis. As variedades muito suscetíveis tiveram uma severidade média e apresentaram ferrugem da folha (Puccinia triticina), ferrugem do caule (Puccinia graminis) e septoriose, doenças que em algumas ocasiões justificaram o controle químico com uma resposta variável à aplicação.

Como já foi indicado, os rendimentos em solos profundos e bem providos d’água foram altos com médias de 6.000 kg/ha e com extremos de até 8.500 kg/ha. No entanto, em solos superficiais a queda dos rendimentos potenciais por causa do estresse hídrico no fim do ciclo foi muito importante e obtiveram-se médias de 3.000 kg/ha.

O conteúdo de proteína em lotes de muito alto rendimento foi baixo, por embaixo de 10% (em base de 13,5% umidade) influenciado pela escassa tecnologia aplicada pelos produtores na atual campanha. Por outro lado, a qualidade comercial em ambientes ótimos foi alta, cerca de 80 kg/ha. O peso de mil grãos esteve em valores normais de 30-40 kg.

DADOS RELATIVOS DA SUB-REGIÃO​

Nesta Sub-região a produção foi de 1.370.586 tn., que representam 12,2 % sobre o total nacional para a safra. Para fins deste relatório foram utilizadas 77.732 tn. como amostras, isto é, 5,7 % da produção.